A Escola no Bosque: a Natureza a definir o futuro

Pelas 8h, o grupo de Barcelos, acompanhado pelo presidente da associação Viração&Jangada, Paulo Lima, saiu da Vila de S.to Ignácio em direção a Ledro.

Começou a aventura!

Envolvidos numa mancha verde e tendo como ‘guardião’ os Alpes, o grupo deixou-se dominar pela beleza da paisagem e entrou na região dos lagos – Valle del Laghi. 

Passou pelo lago Santa Massenza, seguido do lago Toblino, região de muitos castelos e, felizmente, de poucos incêndios. Pela frente, surgiu a cidade de Arco com as suas escarpas verticais que a tornaram mundialmente famosa pela prática da escalada.

Em seguida, entrou no Val di Ledro, com o lago que lhe dá nome, caracterizado pelo seu microclima, onde existe a produção de azeite e as famosas palafitas (Património da UNESCO desde 2011).

Antes da chegada ao destino, o grupo contemplou o Lago di Ledro [ndr: foto acima] e estacionou no parque do Ledro Land Art.

Como exploradores, emergimos na floresta e fomos descobrindo as esculturas de arte natural, sendo que praticámos, igualmente, a ‘terapia da natureza’: ouvimos o chilrear dos pássaros, o som da água corrente no seu percurso natural e desfrutámos da água cristalina e gelada dos Alpes, mergulhando nela os pés.

Pela frente surgiram as crianças da Escola do Bosque. A interação foi imediata. Fomos convidados, por elas, a procurar materiais na natureza para a construção da casa, no primeiro campo.

De seguida, fomos para o campo-base onde nos encontrámos com os educadores Daniel Iversen e Lisa Bosco, que nos relataram a ideologia/pedagogia subjacente a este projeto.

A Escola do Bosque funciona de setembro a junho, entre as 8 e as 14h. As crianças dos 3 aos 6 anos iniciam muito cedo a trabalhar a autonomia e a criatividade. A aprendizagem é baseada na experiência direta, ou seja, uma aprendizagem “acidental”. Tudo começa por dar liberdade às vontades das crianças – Que dia é hoje? Como está o tempo? O que querem fazer? – permitindo que estas vivam, diariamente, verdadeiras aventuras educativas, usando os seus sentidos e a agilidade motora, promovendo o seu desenvolvimento integral.

Nesta altura, a escola desenvolve o programa “Semanas de Verão na floresta”, atividade a que assistimos e na qual participámos.

Em conversa informal com o Daniel, que nos relatou o seu percurso neste tipo de ensino, apercebemo-nos das dificuldades iniciais. No entanto, o caminho foi sendo construído baseado na premissa “Il bosco é mia scuola”.

Depois do almoço, convívio com as crianças e regresso ao ponto de partida, sendo, ainda, ‘brindados’ com uma vista espetacular do Lago di Garda, o maior lago de Itália, com 370Km² de área, delimitando três regiões – Lombardia, Véneto e Trentino.

Fizemos, ainda, uma breve paragem para degustar um delicioso Gelato biológico.

Fazendo um balanço desta visita de estudo, e articulando-a com o nosso projeto-piloto – “Recreio é Natureza”, apraz-nos dizer que foi muito profícua, indo ao encontro do que se pretende trabalhar: tornar os recreios mais naturais e menos humanizados.

Para concluir, agradecemos à organização a oportunidade que nos foi dada de vivenciar esta experiência tão enriquecedora.